quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sem questionamentos.

Esses dias estava voltando de ônibus para casa e a rádio do ônibus estava tocando a música Aquarela Brasileira. A melodia dessa música é muito gostosa de ouvir, e estava pensando nisso quando o cara do meu lado começou a cantá-la em voz alta. E cantava com uma alegria! Não se importando com o que os outros ao seu lado iriam pensar... simplismente começou a cantar, com uma paz difícil de descrever.


Em seu livro Decepcionado com Deus, Philip Yancey escreve sobre um tempo que tirou para estudar a bíblia retirado do mundo agitado:
"... Lendo a bíblia simplismente, encontrei não uma névoa esfumaçada, mas uma Pessoa de verdade. Uma pessoa tão singular, única e cheia de vida como qualquer outra pessoa que conheço. Deus tem emoções profundas; ele sente prazer, frustação e ira. Nos profetas, ele chora e geme de dor. Em Isaías ele se compara a uma mulher dando à luz: 'Darei gritos como a que está em parto, e ao mesmo tempo ofegarei e estarei esbaforido.' Vez após vez, Deus fica chocado com o comportamento dos seres humanos, como quando os israelitas praticam o sacrifício de crianças. [...] Me maravilho com o quanto Deus permite que seres humanos o afetem. Eu estava despreparado para alegria e angústia - paixão - do Deus do universo. Ao estudar sobre Deus, ao domesticá-lo e reduzí-lo a palavras e idéias que podem se classificar em ordem alfabética, eu tinha perdido a força do relacionamento intenso que Deus busca acima de tudo mais. Aqueles que se relacionaram melhor com Deus - Abraão, Moisés, Davi, Isaías, Jeremias - trataram-no com intimidade chocante. Conversaram com Deus como se ele estivesse sentado numa cadeira ao lado deles, assim como alguém conversaria com um conselheiro, um chefe, um pai ou um amante. Trataram-no como a uma pessoa. Durante esse retiro percebi que minhas dúvidas sobre Deus vinham por sempre enxergar o ponto de vista humano. Então tentei colocar de lado minhas indagações existênciais, minhas decepções pessoais e, em lugar disso, considerar o ponto de vista de Deus. [...] Eu me preocupara demais com meus sentimentos para ouvir atentamente os sentimentos dele."

Quando vi aquele homeme cantando alegremente no ônibus e as pessoas observando me questionei de como existem poucas pessoas que exprimem o que sentem sem medo do que os outros irão pensar. Quantos de nós escondemos, com medo de nos expormos. E a paz que aquele homem sentia ao ouvir a música... é esta paz que quero sentir. A paz de Deus é infinitamente maior! A paz que recebo por saber que Deus quer um profundo relacionamento comigo, que Ele também tem sentimentos por nós e se deixa afetar por eles. E mesmo assim, em qualquer momento, nos ama com um amor inimaginável e incomparável.
Só deixamos de enxergar e começamos a nos questionar o porquê de Ele estar calado ou porque as coisas não estão dando certo, porque percebemos as coisas como o ponto de vista da humanidade. Quem sabe se nos preocuparmos em tentar ver o ponto de vista de Deus, comecemos a entender realmente o quanto Ele é e faz por nós. Assim, seu foco muda e o próprio sentido da vida se transforma.